Considerações Astrológicas sobre o Evangelho: Uma Soteriologia Baseada no Sol

di Andrew Casella
capa: “A criação do Sol, da Lua e das estrelas”, c. 1250-1260


O ciclo de artigos dedicados à astronomia sagrada de Andrea Casella continua. Nesta nomeação e na que se seguirá, o autor centra-se na soteriologia dos Evangelhos cristãos, identificando as referências 
- na maioria das vezes agora esquecido e, portanto, incompreendido - à antiga tradição astrológica. Nesta primeira parte analisaremos de maneira especial a figura de João Batista e sua relação com Jesus (especialmente no que diz respeito ao "batismo") e a de Judas, o Iscariotes, ligada à constelação de Escorpião.

Uma ciência em farrapos: sobrevivência das doutrinas do tempo cíclico do Timeu ao Apocalipse

di Andrew Casella
capa: William Blake, ilustração para a Divina Comédia de Dante Alighieri

No primeiro artigo deste ciclo [cf. O tempo cíclico e seu significado mitológico: a precessão dos equinócios e o tetramorfo], dissemos que, em intervalos regulares, devido à precessão, ocorrem algumas alternâncias de constelações nos quatro pontos cardeais do ano. Esta é a razão pela qual os textos sagrados falam de certas "catástrofes" que determinam alguma "submersão" de uma velha "terra" e o surgimento de uma nova (pelo menos até certo momento da história). Cada idade do mundo tem sua "terra", ou seja, seu plano eclíptico, delimitado pelos equinócios e solstícios, que emerge do "mar", ou seja, do plano de demarcação do equador celeste. Quando os pontos do ano são determinados por outras constelações, uma nova "terra" surge no horizonte, enquanto a antiga afunda abaixo do nível do mar.

O tempo cíclico e seu significado mitológico: a precessão dos equinócios e o tetramorfo

di Andrew Casella

Certamente não passará despercebido por aqueles que estão pelo menos um pouco acostumados com a ciência sagrada, símbolo cristão que sempre se destacou nas fachadas das igrejas, adorna manuscritos e até é encontrado em uma lâmina de tarô: o tetramorfo. Este símbolo tem sua origem na famosa visão de Ezequiel (Ez. 1, 4-28) que São João mais tarde derramou em seu próprio Apocalipse. Estas são quatro figuras que cercam o trono de Deus: a primeira tem a aparência de um leão, a segunda de um touro, a terceira de um homem e a quarta de uma águia em vôo (Ap. 4, 7). Tradicionalmente, a essas estranhas figuras (que o Apocalipse chama de "Viventes") é atribuído um valor literário: na verdade, são os quatro evangelistas, Mateus, Marcos, Lucas e João. Tais figuras, no entanto, como mencionado, podem ser encontradas (ainda mais estranhamente, pode-se dizer) também em uma lâmina de tarô, e precisamente o número XXI, que designa o mundo.