De Cibele a Deméter, as diferentes faces da Mãe Terra, ou melhor, da eclíptica

Da tradição frígia sobre Cibele, "deusa da montanha e das feras", à tradição indiana de Aditi, "fonte inesgotável de abundância", até as diferentes divindades helênicas como Rhea, Demeter, Themes, Meti (sem esquecer as várias divindades coletivas, sempre femininas, do destino), surge uma leitura astroteológica que pode lançar luz sobre as já mencionadas "Deusas Mães da Terra", desde que esta seja compreendida, seguindo os estudos de Santillana, Dechend e Richer (assim como as pistas platônicas), no sentido de eclíptica.

Apolo, o Destruidor: "coincidentia oppositorum" no misticismo hiperbóreo e na escatologia

Embora considerado principalmente em seu significado "luminoso" e "urânico", na tradição arcaica Apolo combina as dicotomias mais extremas em sua mística e escatologia: o arco e a lira, a sabedoria e a "mania", a profundidade e a elevação, a catabase e a viagem em espírito para a Ilha Branca, a "Queda" do Ser e o retorno da Idade de Ouro. Partindo de fontes antigas, podemos encontrar conceitos semelhantes não apenas aos do xamanismo norte-asiático e da espiritualidade celta, mas também à visão sagrada de alguns poetas modernos - como Blake, Shelley e Yeats - cujo crisma apolíneo nos parecerá mais claro se analisarmos sua “Weltanschauung” à luz das doutrinas platônica e heraclitiana.